Atividade Física, bem-estar e mindfulness - Hipertensão Arterial
Quando pensamos em uma pessoa estressada é comum que visualizemos uma pessoa extremamente nervosa, a ponto de arrancar os cabelos. Mas o estresse é muito mais comum do que você pensa. Pode acontecer diariamente e pode ser considerado um dos principais fatores desencadeadores da hipertensão arterial sistêmica (HAS)1.
Já elucidamos como a mudança de estilo de vida é necessária para o controle da HA, como, por exemplo, o comprometimento com uma dieta saudável, aferir a pressão arterial em várias ocasiões, emagrecimento e parar de fumar, porém, o foco desta matéria será explicar sobre a importância de realizar exercícios físicos com orientação profissional e o mindfullness (atenção plena) para a melhora dos níveis pressóricos e da qualidade de vida.
Um pouco mais sobre a hipertensão
É comum que o coração, ao bombear sangue para o resto do corpo, exerça uma certa pressão nos vasos sanguíneos. Segundo a 10ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, a pressão arterial considerada normal é a de 120 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e/ou 80 mmHg para diastólica (mínima), popularmente conhecido como “12 por 8”4.
É esperado que a pressão arterial fique acima destes números, especialmente durante situações de estresse ou alta atividade física. O que é alarmante e deve ser observado é quando o paciente, mesmo em situações de repouso, permanece com a pressão sistólica acima de 140 mmHg e/ou diastólica 90 mmHg, ou “14 por 9”4.
A hipertensão arterial, também conhecida como “pressão alta”, é uma doença silenciosa. A pequena parcela de pessoas que sofre com sintomas antes da fase crítica apresenta dores no peito e na cabeça, tontura2 e vertigem3 como sinais de alerta, e pode levar a consequências mais sérias, como um AVC ou infarto2. Exatamente por isso recomenda-se ter consultas médicas regularmente para fazer check-ups, ainda mais caso já haja um diagnóstico de HA.
Não se sabe com precisão quais são os fatores que levam uma pessoa a ser hipertensa, mas é conhecido que hereditariedade, gênero, idade e nível de estresse são algumas das causas1.
Atividades físicas recomendadas para diminuir o estresse e a pressão arterial
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, é recomendado que um adulto realize atividades físicas ao menos três vezes por semana durante 30 minutos (corridos ou com pausas) para aumentar sua a qualidade de vida5.
Exercícios aeróbicos leves e moderados (como caminhadas, andar de bicicleta e nadar) são os melhores para quem lida com a pressão alta por não requererem um pico de energia, que seria prejudicial aos vasos sanguíneos de um paciente com hipertensão3.
Um esporte menos conhecido que traz benefícios para o desenvolvimento da concentração e redução do estresse é o slackline, em que uma pessoa precisa se equilibrar em uma fita, geralmente acima de 30cm do chão, sem cair. Essa atividade física não tem foco voltado para a perda de peso, mas para promover uma sintonia entre o corpo e a mente6.
Pilates também é uma atividade física recomendada, uma vez que auxilia no relaxamento muscular e alívio de tensões. Sendo uma atividade que é contribuinte para o controle e diminuição da pressão arterial sistêmica7.
Mindfulness e hipertensão arterial
Cuidar da saúde mental é tão essencial quanto cuidar da física.
Uma prática de meditação recomendada para pacientes hipertensos é a mindfulness (em português, “atenção plena”), que consiste em focar-se apenas no presente e deixar de lado as possibilidades do futuro e os acontecimentos do passado. Um estudo realizado pela Universidade de Brown nos Estados Unidos8 apontou a técnica como uma ótima opção de atividade física e mental para pessoas cuja pressão arterial é maior do que a indicada para a sua idade9. Além de melhorar a circulação sanguínea e reduzir a pressão arterial, os benefícios do mindfulness incluem diminuir a ansiedade, o estresse e até a depressão10.
Outros tipos de exercícios meditativos, como a ioga, também ajudam a reduzir e manter o controle sobre a pressão arterial, promovendo a união entre corpo e mente com suas práticas respiratórias e posturas diferentes (sempre de acordo com a recomendação de seu médico). Estima-se que justamente os exercícios respiratórios contribuam para a redução da pressão arterial11.
Além disso, outras maneiras de se desestressar durante o cotidiano são dedicar um tempo do dia para um hobby ou algo prazeroso; tirar uma soneca (30 minutos de descanso) e alongar-se periodicamente (especialmente caso permaneça sentado durante muito tempo), pois o estresse tende a tensionar a musculatura e uma sessão de alongamento relaxa os músculos estressados12.
Referências
1. ALMEIDA FONSECA, F. et al. A influência de fatores emocionais sobre a hipertensão arterial. [s.l.] Jornal Brasileiro de Psiquiatria Volume: 58, Número: 2, 2009. 2. OIGMAN, Wille. Sinais e sintomas em pressão arterial. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em <http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2014/v102n5/a4503.pdf>. Último acesso em 10 de julho. 2024. 3. MARCHIORI, Luciana Lozza de Moraes; REGO FILHO, Eduardo de Almeida. Queixa de vertigem e hipertensão arterial. Revista CEFAC, v. 9, n. 1, p. 116-121, 2007. Disponível em <https://www.scielo.br/j/rcefac/a/YGmfjjwwJMfv99K4tNmc4hc/?lang=pt>. Último acesso em 10 de julho. 2024.
7. DA SILVA, A. L. Y. S. S. O. N., and CRISTINA BORGES LIVORATO. "EFEITO DO PILATES EM PESSOAS HIPERTENSAS." (2017). Disponível em <https://repositorio.uniube.br/handle/123456789/561>. Último acesso em 10 de julho. 2024.
8. LOUCKS, Eric. Adapted Mindfulness Training for Interoception and Adherence to the DASH Diet. Brown University School of Public Health. Disponível em <https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2811239?utm_source=For_The_Media&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_term=11022>. Último acesso em 10 de julho. 2024. 9. DURÃES, A. Diferenças em hipertensão arterial entre 3 diretrizes: SBC, AHA e ESC. Disponível em: <https://pebmed.com.br/diferencas-em-hipertensao-arterial-entre-3-diretrizes-sbc-aha-e-esc/>. Último acesso em 10 de julho. 2024.
10. FIOCRUZ BRASÍLIA E INSTITUTO DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Meditação/mindfulness para tratamento de doenças cardiovasculares em adultos e idosos. Distrito Federal: [s.n.]. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/07/1102542/relatorio_rr_meditacao_doencas_cardiovasculares_2019.pdf>. Último acesso em 10 de julho. 2024.
11. HERMANO DA JUSTA PINHEIRO, C. et al. Uso da ioga como recurso não-farmacológico no tratamento da hipertensão arterial essencial. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-4/04-ioga.pdf>. Último acesso em 10 de julho. 2024.
12. DE OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel. A importância da ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais. Revista de educação física/Journal of physical education, v. 76, n. 139, 2007. Disponível em <https://revistadeeducacaofisica.emnuvens.com.br/revista/article/view/504>. Último acesso em 10 de julho. 2024.Antibióticos são substâncias capazes de eliminar ou impedir a multiplicação de bactérias, por isso são usados no tratamento de infecções bacterianas. Sua descoberta revolucionou a história da medicina, pois anteriormente muitas pessoas morriam em decorrência de diversos tipos de infecções. Atualmente, porém, o uso indiscriminado de antibióticos vem fazendo com que as bactérias se tornem resistentes aos tratamentos, gerando um grave problema no mundo todo.1
Eles atacam somente as bactérias, sem causar danos às demais células do organismo. Sua função consiste em interromper ou acabar com a multiplicação de bactérias no corpo.2
Esse tipo de medicamento pode ser dividido em:3
- Bactericidas: capazes de matar ou causar danos irreversíveis às bactérias;
- Bacteriostáticos: capazes de interromper a reprodução e crescimento das bactérias sem destruí-las imediatamente.
A penicilina é o bactericida mais usado no mundo e foi o primeiro antibiótico a ser descoberto, em 1928. Devido ao mal uso desse medicamento, em 2010, o governo brasileiro criou leis para limitar o acesso aos antibióticos. A partir disso, sua venda passou a ser autorizada somente mediante receita médica.¹
Além da penicilina, os antibióticos mais comuns usados em tratamentos são:
- Aminoglicosídeos - utilizado no tratamento de infecções mais graves;2
- Cefalosporinas - frequentemente prescritas para tratar as seguintes doenças: infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica, infecção urinária e profilaxia de várias cirurgias;4
- Glicopeptídeos - usadas no tratamento de doenças mais persistentes em pacientes em estado grave, como no tratamento da Pneumonia ou Sífilis;2
- Polipeptídicos - usados para tratar infecções oculares;2
- Quinolonas - usadas no tratamento de Infecções Urinárias recorrentes, Gonorreia, Diarreia Bacteriana, entre outras.2
O uso indiscriminado desse tipo de medicamento ocorre quando ele é usado para tratar infecções que não são causadas por bactérias, é tomado em doses incorretas, ou quando o tempo de tratamento não é cumprido.1
Por fim, é indispensável a orientação de um profissional da saúde quanto ao uso correto dos antibióticos.
Referências:
1. https://bvsms.saude.gov.br/uso-correto-de-antibioticos/#:~:text=Antibi%C3%B3ticos%20s%C3%A3o%20subst%C3%A2ncias%20capazes%20de,de%20diversos%20tipos%20de%20infec%C3%A7%C3%B5es Último acesso em 18 de julho de 2022.
2. https://www.hipolabor.com.br/blog/hipolabor-explica-como-funcionam-os-antibioticos/ Último acesso em 18 de julho de 2022.
3. https://tnsnano.com/chem/bactericida-vs-bacteriostatico/ Último acesso em 18 de julho de 2022.
4. https://www.sanarsaude.com/blog/amp/cefalosporinas-artigo-farmacia-tudo-que-voce-precisa-saber Último acesso em 18 de julho de 2022.
Referências:
- Quiróz, Alicia. Appropriate use of antibiotics: an unmet need, 2019. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1756287219832174 Último acesso em 26 de julho de 2022.
- https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/antimicrobial-resistance Último acesso em 26 de julho de 2022
- https://www.paho.org/pt/topicos/resistencia-antimicrobiana?page=4 Último acesso em 21 de julho de 2022